Frederico Varandas abordou a polémica dos comentários de Carlos Xavier sobre Taremi, caso que deu origem a um processo instaurado pelo Conselho de Disciplina da FPF, cuja pena pode implicar o encerramento do Estádio José Alvalade por um máximo de 5 jogos.
Se tivesse sido bem aconselhado, bastaria relembrar o que fez o Porto Canal na mesma semana dos comentários de Carlos Xavier. Nem seria necessário falar na diferença de tratamento quando nos apelidam de “mouros”.
“Carlos Xavier fez um comentário infeliz e ele próprio teve o cuidado de se retratar publicamente. Chamou ao jogador [Taremi] de muçulmano e a verdade é que pediu desculpas publicamente ao jogador, ao Sporting e à Sporting TV, porque o clube não se revê nesse tipo de comentários, mas parece que há pessoas que podem dizer e fazer o que quiserem neste país”, disse no aeroporto de Beja, antes de prosseguir: “Durante anos, ouvi pessoas a referirem-se às pessoas de Lisboa como mouros, um discurso divisivo, discriminatório e xenófobo, que alimenta a divisão… Parece que há uma parte do país que são os puros e outra parte que são os mouros. Não sei se o Conselho de Disciplina tem noção disso, acredito que sim, mas ‘mouro’ é sinónimo de sarraceno, ou seja, daqueles que praticam o islão. Não acho piada. Acredito que os muçulmanos também não achem piada e lamento que não haja o mesmo tratamento.”