O tribunal que julgou o caso de dopagem associado à equipa W52–FC Porto considerou demonstrada a existência de um plano organizado e prolongado no tempo, aplicado de forma sistemática aos ciclistas da formação. Como consequência, Adriano Quintanilha e Nuno Ribeiro foram condenados a penas de prisão efetiva, sendo apontados como os principais responsáveis pelo esquema.
Na fundamentação da decisão, os juízes sublinham que o processo revelou uma atuação planeada e reiterada, afastando a tese de comportamentos isolados. O esquema terá funcionado durante anos, coincidindo com o período de maior sucesso competitivo da equipa no panorama nacional.
Ao longo do julgamento, Quintanilha manteve a sua posição de inocência, afirmando desconhecer qualquer prática ilícita e colocando em causa a credibilidade das declarações de Nuno Ribeiro. O antigo diretor desportivo, por sua vez, reconheceu que o doping era recorrente, alegando que o financiamento e a orientação do esquema partiam do dono da equipa, a quem atribuiu um perfil manipulador e obcecado por resultados.
A leitura do acórdão foi realizada fora do Tribunal de Penafiel, numa instalação junto ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, devido à falta de condições físicas no local inicialmente previsto.
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Relativamente aos ciclistas, o tribunal concluiu que não houve imposição direta por parte de Nuno Ribeiro, apesar de reconhecer que a sua posição de liderança teve influência nas decisões dos atletas.
Dos 26 arguidos envolvidos no processo, apenas dois receberam penas de prisão efetiva. A maioria foi condenada com penas suspensas, atendendo ao menor grau de envolvimento, enquanto dois antigos membros da equipa foram absolvidos por insuficiência de prova.

