Sérgio Conceição deixa mensagem sobre fim de carreira (VÍDEO)

Sérgio Conceição está sem clube desde o final da época passada, quando deixou o FC Porto. Em entrevista no podcast Bitaites D’Ouro, o treinador, questionado sobre o final da carreira, confessou que ainda não traçou uma meta.

«Ainda não tracei uma meta, sou assim enquanto treinador e já era assim enquanto jogador… Vivo muito aquilo que é o dia a dia, tudo de uma forma muito intensa. E não penso nisso. Não sei. Isto é uma profissão de um desgaste incrível. Mas não sei. Se me perguntasses isso há quatro meses, ali na fase final da minha 7.ª época no FC Porto, dir-te-ia que brevemente. Estava num momento… Agora, depois de dois meses em casa, já não penso e a minha mulher agradece», admitiu.

Sérgio Conceição falou sobre a transição de deixar de jogar futebol.

«Essa transição é muito difícil. Muitos deles começam a jogar com oito ou nove. Agora quando saem do ventre da mãe já começam… Há sub-1, sub-2. Estou a exagerar. Há miúdos que com 10 anos já têm empresário. O futebol mudou de uma forma incrível. Acho que se exagera. Jogar com a paixão que têm de jogar, cometer os erros que têm de cometer. Depois vivem pressionados, ali com os pais na rede a espumarem-se para que sejam jogadores, com empresários com 12 ou 13 anos e deixam de fazer aquilo que é uma paixão, começam a robotizar-se. Houve um miúdo do Santa Clara que deixou por problemas emocionais. A exigência, obrigatoriedade de teres de ser um Ronaldo ou Messi na situação, castra o talento de alguns miúdos e o talento e paixão», analisou.

Sobre os tempos em que jogava, admite que não era fácil lidar consigo: «Quando jogava e perdia, dois dias era impossível falar comigo. Fomos [Sérgio e a esposa, Liliana] crescendo com as virtudes e defeitos de cada um. Hoje temos um casamento sólido, mas não foi fácil lidar comigo nesse sentido. Olhava para o futebol… Estava no Felgueiras, não fui convocado para os Jogos Olímpicos e fiquei dois dias na cama e não quis ver ninguém, sem comer. Tinha muita vontade de conquistar e honrar aquilo que foi o sacrifício da minha família para que jogasse.»