“Ronaldo não foi ao funeral? E onde esteve Rafael Leão? Ou Trincão? Ou Francisco Conceição?”

Nos últimos dias, a ausência de Cristiano Ronaldo no funeral de Diogo Jota e do irmão, André Silva, tem gerado debate intenso nas redes sociais e nos meios de comunicação.

De um lado, há quem defenda que o capitão da Seleção Nacional agiu com sensatez, evitando transformar um momento de dor profunda numa exibição mediática. Afinal, a presença de CR7 teria inevitavelmente atraído todas as atenções, desviando o foco do essencial: a homenagem a duas vidas perdidas de forma trágica.

Por outro lado, surgem críticas. Muitos acreditam que Ronaldo, enquanto figura maior do futebol português e líder da equipa das quinas, devia ter marcado presença – ainda que discretamente –, em sinal de respeito e solidariedade.

Durante o funeral, antes mesmo de os caixões serem colocados na terra, já se questionava em direto: “Onde está Cristiano Ronaldo?” E, de repente, deixou-se de falar de Diogo Jota e André Silva. A narrativa focou-se num só nome. CR7.

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Talvez isso diga muito sobre a dimensão de Ronaldo. Sobre o fascínio que gera, sobre a responsabilidade que carrega. É o maior goleador de sempre, o rosto de uma geração dourada, um fenómeno global com mais de 660 milhões de seguidores.

Mas será essa projeção sinónimo de obrigação? O luto é algo íntimo, pessoal. E Ronaldo já mostrou que, mesmo nos momentos mais difíceis, tem formas próprias de lidar com a perda. Quando o pai morreu, homenageou-o dentro de campo. Quando perdeu o filho recém-nascido, respondeu com um golo e um gesto de amor.

Além disso, outros nomes da Seleção também estiveram ausentes. Alguns com compromissos desportivos inadiáveis, como o Mundial de Clubes. Outros, sem explicação pública. Mas o foco foi sempre Ronaldo.

No fim, importa lembrar que até os maiores ídolos são, também, humanos. E que, perante a morte, somos todos iguais.

A Diogo, André e à sua família, que resta o apoio de um país que chora com eles — e a esperança que os filhos de Diogo encontrem forças para seguir em frente.

[Opinião de “ATelevisão“]