Foi com o Coliseu do Porto cheio que Pinto da Costa anunciou, no último domingo, a sua recandidatura à liderança do FC Porto. Porém, os mais atentos não puderam deixar de notar a ausência de um apoio importante para o líder azul-e-branco. No recinto estava a filha Joana, mas o mais velho, Alexandre Pinto da Costa, de 59 anos, fruto do primeiro casamento com Manuela Carmona, não marcou presença, o que, segundo a FLASH!, se deve a uma nova desavença com o pai.
“Não se falam há mais de meio ano”, começa por contar uma fonte próxima do dirigente portista, acrescentando que os negócios de Alexandre, que é agente de jogadores, e “questões relacionadas com dinheiro” estarão na origem da guerra familiar, que acontece após um período de acalmia nas relações entre pai e filho, que já tinham estado zangados durante mais de dez anos, também por questões relacionadas com negócios no mundo do futebol.
“A família está novamente dividida e a situação está tão grave como da primeira vez. Agora, o próprio neto de Pinto da Costa (Nuno), também está zangado com o pai. Esteve a apoiar o avô no Coliseu. O Alexandre foi o único que faltou”, explicou a fonte, salientando a nova divisão no seio da família de Pinto da Costa, de 86 anos, que nos últimos tempos andava muito próximo do filho, defendendo-o, inclusivamente, várias vezes publicamente, mesmo quando este via o seu nome envolvido em várias polémicas.
A relação entre os dois há muito que ultrapassava a barreira familiar e Alexandre Pinto da Costa esteve envolvido em alguns dos negócios mais lucrativos do FC Porto, através de um esquema que o levaria a receber comissões-extra pela transação de vários futebolistas. O caso só veio à tona em 2021, no âmbito da Operação ‘Cartão Vermelho’, que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, o nome de Alexandre veio à baila, suspeito de receber milhões de euros em comissões provenientes de negócios de jogadores, por intermédio de outros dois empresários ligados ao clube nortenho. Em apenas quatro anos, o FC Porto deu a ganhar aos empresários a exorbitante quantia de 64 milhões de euros, com as transferências a serem investigadas e buscas feitas na casa de Alexandre.
Mais tarde, e com o nome do filho envolvido na investigação do Football Leaks, por ter feito negócios que violam a lei desportiva, Pinto da Costa saiu em sua defesa, desvalorizando aquilo que estava em cima da mesa.
“É um problema que não me preocupa. Foi a empresa do Alexandre que colocou o Rolando no Marselha. Além de deixarmos de pagar quase um milhão em salários, ainda recebemos cerca de mais um milhão. Se ele recebeu de mais alguém, a mim não me interessa nada, nem me interessa nada se o empresário é meu filho, primo, sogro, genro, amigo ou inimigo. Se o negócio for bom para o FC Porto, eu faço, se não for não faço”, reagiu o líder portista.
Esta não é a primeira vez que o futebol se intromete entre pai e filho, criando uma cisão na família. Em 1998, Pinto da Costa e Alexandre já tinham cortado relações por causa de negócios na transferência de jogadores. Tudo começou por o empresário ter mediado a transferência do então futebolista Zahovic, alegadamente, à revelia do pai. A retaliação não se faria esperar e, quando Sérgio Conceição assinou pela Lazio, Alexandre foi deixado de fora do negócio, tendo Pinto da Costa depositado a venda do jogador nas mãos de Luciano D’Onofrio, bem como a respetiva comissão.