Na sexta sessão do julgamento da Operação Pretoriano, o foco voltou-se para Fernando Madureira, acusado de ter uma postura intimidatória e de envolvimento em um alegado roubo de pulseiras durante a Assembleia Geral (AG) de 13 de novembro de 2023.
A sessão começou com a juíza a afastar os arguidos da sala, após o testemunho de duas mulheres que relataram medo de represálias. As declarações mais impactantes vieram de duas hospedeiras que trabalharam no evento. A primeira testemunha afirmou que o ambiente foi “tóxico” e descreveu agressões que presenciou, incluindo um pontapé na cara de uma mulher que rolou pelas escadas.
Sobre Fernando Madureira, a primeira hospedeira relatou que ele fez ameaças a quem tentasse contrariá-lo. “Ele dizia para se calarem ou baixarem os braços, senão fariam ameaças”, explicou. Já a segunda testemunha acusou Madureira diretamente de envolvimento no roubo de pulseiras. Segundo a sua versão, quando um homem disse que não tinha pulseiras, foi até à caixa e, depois de a passar a outro homem, começaram a ser retiradas pulseiras, com Madureira e outro homem a ficarem com várias, colocando-as nos bolsos.
Além disso, um associado do FC Porto descreveu situações de intimidação durante a AG, alegando que sempre que alguém tentava filmar, surgiam movimentos de aproximação física e tentativas de dissuadir a gravação. Relatou também o caso de um amigo, que teve o telemóvel tirado por uma mulher, mas que mais tarde conseguiu recuperá-lo.
Por fim, a juíza aceitou incluir um vídeo da campanha eleitoral de Villas-Boas, que, segundo a defesa de Fernando Saul, mostra o presidente do FC Porto a incentivar sócios a trocar de cartões para manipular os votos nas eleições. A defesa do clube também aprovou a introdução do vídeo, acreditando que ele poderá ser uma peça-chave no caso.