Frederico Varandas, ao explicar a contratação de Rui Borges, elogiou João Pereira e criticou a arbitragem, afirmando que esta prejudicou a carreira do técnico.
“Estamos aqui para apresentar o novo treinador e a sua nova equipa técnica. Mas antes, gostaria de deixar uma palavra especial ao ex-treinador João Pereira. Entrou num momento que todos conhecemos, num desafio extremamente complicado e desafiante. A verdade é que, tanto nós Sporting, como o João, infelizmente, chegámos à conclusão que não correu bem. Sabíamos das dificuldades, sabíamos do choque emocional brutal pela saída de Ruben Amorim. Consideramos que experienciou verdadeiramente a lei de Murphy. Experienciou uma onde de lesões que nunca tivemos, e uma onda de arbitragens infelizes, que prejudicou a carreira do treinador. Sabíamos de tudo isso, a opção era de continuidade do processo. Alguém que conhecia o processo e os jogadores. Mas hoje, olhando para trás, o problema foi que João Pereira não pôde ser João Pereira. Perdemos Ruben Amorim, mas também não conseguimos ter João Pereira. Inconscientemente, teve de se adaptar e fazer com que uma máquina montada continuasse a rolar à medida do ex-treinador. Olhando para trás, fosse João Pereira ou outro qualquer, infelizmente iria passar por isto. Hoje, não tenho dúvidas que o treinador que aqui vai ser apresentado, vai poder ser o Rui Borges. Vamos ter um treinador que vai poder ser o Rui Borges porque assim lhe é permitido. Porquê tanta confiança? A resposta é simples: é esta a escola da minha formação, é este o meu conceito de liderança. Não me interessa o que vão dizer de fora, e muito menos se me vou fragilizar no futuro. Interessa-me sim os meus, o que posso fazer para dar força e motivar alguém que vai aceitar um desafio tremendo. Interessa-me muito mais a comunicação interna do que para fora. É assim que sou, que serei, que liderarei o Sporting até ao meu último dia desta missão. A única coisa que lamento foi não ter conseguido ajudar mais o João Pereira. É algo que vou carregar comigo para sempre. Ao João, desejamos todas as felicidades. Não temos dúvidas de que, quando for João Pereira, terá o seu devido sucesso, pelo mérito que tem, pelas suas competências e caráter. Tantas vezes nesta indústria se fala de exemplos de pessoas que se agarram a determinados valores de rescisões. Gostaria de dizer que, quando me sentei com João Pereira para negociar a rescisão, ele não quis nem um cêntimo de dois anos e meio de contrato. Apenas me disse que o clube lhe deu tudo e jamais lhe irá ter de pagar o que quer que seja. Esta nobreza diz muito do que é o João e, enquanto presidente do Sporting, quero agradecer-lhe por tudo o que tentou e não conseguiu”, começou por dizer, falando em seguida sobre Rui Borges.
“Viramos a página para o futuro. Rui Borges, um treinador que já tínhamos no radar há mais de um ano, um treinador que subiu a pulso a sua carreira. Começando no modesto Mirandela, subindo por vários projetos, vários clubes cada vez mais exigentes, e sempre com a sua ideia de jogo, sempre com a sua liderança, e foi crescendo e subindo a pulso, chegando ao Mafra, onde fez um excelente trabalho. Passando pelo Moreirense, onde chamou a atenção da estrutura do Sporting, e passou para um clube que tem uma pressão de um grande, de grande exigência, onde continuou com um excelente trabalho. Reconhecemos em Rui Borges não só a competência, a ideia de jogo, mas um homem que lidera pelo exemplo, pelo simples discurso. Não lhe desejo competência, mas sim também sorte, que também será preciso. Muito obrigado ao Rui e a toda a sua equipa técnica. O Sporting luta por todos os títulos e assim irá continuar. Um grande abraço ao Rui por ter aceitado este desafio”. concluiu.