Pedro Gonçalves, conhecido como Pote, deu uma das entrevistas mais tocantes da temporada no Alta Definição, ao lado de Daniel Oliveira. O camisola 8 do Sporting partilhou com sinceridade a dureza do seu passado, os sacrifícios da sua família e as marcas emocionais que carrega.
“Cresci sem o meu pai, ele morreu quando eu tinha dois meses. Nunca o conheci, mas dizem que sou muito parecido com ele”, revelou, com a voz embargada. O pai, bombeiro, foi vítima de uma bactéria fulminante. “A minha mãe entrou em depressão. Mas seguiu em frente, e foi uma guerreira.”
Pedro relembrou os momentos em que a mãe e o padrasto — com rendimentos mínimos — fizeram tudo para que ele não sentisse falta de nada: “Lembro-me de ter perdido o telemóvel nos carrinhos de choque. No dia seguinte, o meu padrasto apareceu com um novo. E eu sabia que não tinham dinheiro. Mas deram-me tudo. Até um computador, pago às prestações. Nunca me faltou amor.”
Hoje, ao lado de Bruna Rafaela, vive um novo capítulo. Esperam o primeiro filho, um “milagre” depois de duas perdas que os deixaram de rastos: “Vi os batimentos, depois vimos o saco a sair… Não há palavras para descrever. Estive presente nas duas. Ainda dói.”
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No fecho da entrevista, quando Daniel Oliveira lhe perguntou “o que é que dizem os teus olhos?”, Pedro não conteve as lágrimas: “Dizem que me sinto a pessoa mais realizada do mundo.” E acrescentou, incrédulo: “Não acredito que cheguei aqui.” Daniel respondeu-lhe: “Chegaste por mérito. És campeão.” Pote sorriu: “Só cheguei aqui porque fui campeão.”